Categoria: Acções de combate à corrupção Forma de divulgação: Notas de Imprensa
O ex-Secretário para as Obras Públicas e Transportes, Ao Man Long, por suspeita de corrupção, foi detido anteontem (dia 6) à noite pelo Comissariado contra a Corrupção. Foram igualmente detidos mais oito homens e três mulheres envolvidos no caso, entre os quais familiares de Ao. Os doze suspeitos de corrupção activa e passiva e de branqueamento de capitais foram hoje (dia 8) entregues ao Ministério Público.
Na sequência da recepção de uma denúncia, alegando aproveitamento de poder e de funções para a prática de corrupção passiva, o CCAC deu início, no fim de semana passado, a diligências de investigação. Durante as 150 horas de acções consecutivas, foi recolhida e analisada uma grande quantidade de documentos relativos a assuntos financeiros. Iniciaram-se anteontem buscas a algumas empresas, residências e locais de trabalho, incluindo o gabinete e a residência do ex-alto funcionário envolvido. Para além de conduzir várias pessoas a prestar declarações, o CCAC deteve um conjunto de personalidades, entre as quais responsáveis, administradores gerais, administradores financeiros e contabilistas de empresas a que, nos últimos anos, foram adjudicadas obras públicas de grandes dimensões em Macau. De entre os suspeitos de corrupção activa estão um comerciante de apelido Ho, um gerente de apelido Ieong, um contabilista de apelido Leong e vários familiares de Ao Man Long.
No decorrer da investigação, suspeitou-se ter havido, durante muito tempo e através de sistemas financeiros fora do Território, branqueamento de capitais provenientes da corrupção. Terão sido, com ajuda de familiares, criadas "empresas fantasmas" registadas noutros países e bens ilícitos terão passado por uma rede sofisticada e sinuosa de contas bancárias. De referir ainda que o CCAC e a Independent Commission Against Corruption (ICAC) de Hong Kong desenvolveram uma boa cooperação na investigação do referido caso através de sistemas de prestação de apoio e de informações. Por outro lado, os resultados da investigação condizem com matérias constantes de outros casos anteriormente investigados pelo CCAC, o que contribuiu em muito para o apuramento dos factos do presente caso.
Nas acções de busca, foram encontrados em gavetas, num gabinete, mais de 100 mil patacas e dólares de Hong Kong, títulos de propriedade de habitações recentemente adquiridas e outros materiais concernentes.
No decorrer da investigação foi confessada a abertura de contas bancárias para apoiar actividades financeiras ilegais.
Nos termos da lei, o Tribunal de Última Instância é o responsável pelo tratamento do processo penal em que esteja envolvido titular de cargo principal do Governo da RAEM suspeito de infracção penal.
O CCAC afirma que vai continuar e aprofundar a investigação, não estando excluída a possibilidade de, mais tarde, serem descobertos mais factos.